mudança

Sentimentos fluem, medo, ansiedade, desejo raiva… tudo por causa de uma vida, uma pessoa. A minha vida, a pessoa por quem me deixei (in) felizmente apaixonar. Como do dia passa para a noite, a alegria que percorria o meu corpo como se fosse o meu quente sangue passou para o frio sofrimento que provoca dor a cada pulsação, sorriso tornou-se em seriedade.
O passado surge de novo, por entres as brumas da memória, trevas dão vida ao eu adormecido, tomando a forma do lobo prateado pelo luar, lobo sedento que procura lugar no meu corpo, para tornar-me no ser frio, insensível, um ser capaz de lidar com a chuva de emoções e cumprir a sua missão.
Gela o coração quebrado pela dor, transformando, o que a paixão acabou por partir em mil e um pedaços, num só mecanismo de pulsar a raiva. Raciocino conquista o seu lugar na mente, que foi usurpado pelas emoções de felicidade e alegria provocadas pela frágil paixão.
Paixão… sentimento que entorpece a percepção e impede de ver o que nos rodeia, adiando a verdade, e ocultando-a sobre o manto da esperança e da ingenuidade. Estranho sentimento que me impede de cumprir a missão e obriga a ressuscitar o monstro do passado.
Agora que ele voltou, renova-se o desejo, o desejo de sempre estar com ela, de sempre ouvi-la, de sempre vê-la e para sempre estar apaixonado por ela. Esse desejo converte-se no desejo de me afastar, de não sentir, de a esquecer. Desejo de conseguir continuar. O lobo voltou, e sozinho ficará, foi, é e será da sua natureza, o gélido prateado lobo solitário, agora com a responsabilidade de os nortear ate ao fim.


Lone
Wolf